sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A lavagem do edredão

Quando entrei na casa a Senhoria já tinha lavado, o edredão da cama, duas semanas antes. Quando o usei pela primeira vez, notei que tinha um cheiro esquisito. O edredão tinha que ser lavado outra vez!
Perguntei à Senhoria quando é que podia por o edredão na máquina. Ela respondeu que na máquina não dava. A última lavagem tinha sido feita na máquina e foi aí que o edredão ficou com o seu grande rasgão. Decidiu-se que a melhor alternativa seria lavar o edredão à mão, na banheira.

No dia em que se avançou com a lavagem, confirmei com a senhoria que todos já tinham tomado banho. Encheu-se a banheira com água; colocou-se o edredão e o detergente. Após a primeira esfregadela verificou-se que a água já estava a ficar preta. A sujidade que estava a sair do edredão foi uma surpresa para todos. Perante os factos, a Senhoria recomendou que o melhor era deixá-lo de molho no detergente, algumas horas.
Entretanto chegou o Alemão: queria tomar banho!

Passadas duas horas enxaguou-se o edredão algumas vezes até que a sujidade desapareceu. Fazer aquela lavagem foi bastante cansativo. O peso do edredão, com a água, aumentou exponencialmente e torcê-lo não era nada fácil. Foi estendido de maneira a ocupar os dois cabos do estendal; havia o receio de que com o peso, fosse tudo parar lá abaixo.
Não me lembro quando é que o Alemão conseguiu tomar banho.

No dia seguinte, chego do trabalho e verifico que o edredão tinha desaparecido do estendal. A Senhoria esclareceu:
– Fui eu que o apanhei. Estavam a  assar sardinhas lá fora e havia muito fumo; não queria queria que dissesses outra vez, que o edredão tem um cheiro esquisito...

Passados uns dias descobrimos que o edredão ainda tem uma nódoa.


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